Os nossos irmãos da diáspora merecem-me o maior respeito e admiração. Esta afirmação não é de modo algum gratuita, ela reflecte, com toda a verdade e sentido de justiça, a admiração que tenho por aqueles que, sentindo necessidade de encontrar em terras estranhas melhores condições de vida, a tanto se abalançaram, correndo o risco nem sempre calculado de contar com o desconhecimento da língua, dos costumes e até das condições de trabalho, objectivamente diferentes das que estavam habituados, apesar do trabalho duro que constituía na maioria dos casos o pão-de-cada-dia.
Levaram, unicamente, consigo o empenho, a coragem, a sua força basáltica e a veemente resolução de vingar, ultrapassando todos os escolhos que se lhes deparassem, nessas terras que sendo, em parte, desconhecidas, se transformavam no imaginário das nossas gentes como terras de promissão.
Dá gosto hoje visitar as nossas comunidades espalhadas por essas Américas de trabalho e abundância e também de crises, como a que agora estamos vivendo, e depararmo-nos com comunidades devidamente integradas, com os filhos vingando na sociedade acolhedora, marcando, através da sua postura honesta e das suas vivências culturais, a diferença que contribui para que seja distinguida pelos poderes políticos e económico dessas diferentes nações.
Este ano, por iniciativa dos órgãos próprios da governação regional – Deliberativo e Executivo – o “Dia da Região”, que se assinala na Segunda-Feira do Espírito Santo, o maior símbolo da religiosidade açoriana, decorreu no Canadá, concretamente em Toronto, essa marcante e dinâmica cidade, espraiando-se à beira do Lago Ontário.
Foi, na verdade, uma iniciativa louvável, que teve, creio, por intuito primeiro, homenagear os emigrantes que tão longe continuam a levantar bem-alto o nome da terra que lhes foi berço.
As insígnias que lhes foram colocadas ao peito, foram, para a generalidade dos nossos irmãos da diáspora, o reconhecimento pelo seu sacrifício e, igualmente, a confirmação do orgulho dos que, aqui ficando, lhes reconhecem os méritos e os seus magnânimos gestos de solidariedade quando a Natureza, sempre dinâmica, nos provoca algum cataclismo com repercussões negativas incalculáveis.
E, para que a festa resultasse em mais uma manifestação de açorianidade, não faltaram os ranchos folclóricos, as filarmónicas e os cantares ao desafio e outros, visto que o momento foi de alegria e consagração.
Daqui, destas ilhas do “TRIÂNGULO”, envio o meu abraço de parabéns para toda a comunidade açoriana do Canadá.
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